Bem, como reticências é um recurso que gosto muito de utilizar em meus escritos, decidi postar algo sobre esse tipo de pontuação, suas regras e aplicações. Espero que gostem.
(Rahna)
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Reticências é um sinal de pontuação que marca uma interrupção, indicando uma suspensão na melodia frásica. São usadas para:
- Indicar a suspensão ou interrupção de uma ideia ou pensamento.
Exemplos:
- Indicar que uma ação ainda não acabou.
Exemplos:
- Transmitir na linguagem escrita sentimentos e sensações típicas da linguagem falada, como hesitações, dúvidas, surpresa, ironia, suspense, tristeza, ironia,…
Exemplos:
- Indicar uma ideia que se prolonga, deixando que a conclusão do sentido da frase seja feita conforme a interpretação pessoal dos leitores.
Exemplos:
- Realçar um palavra ou expressão, dando maior ênfase à mesma.
Exemplos:
- Indicar uma interrupção nos diálogos, provocada pelo próprio emissor ou provocada pela interferência de algo ou alguém na fala do emissor.
Exemplos:
- Indicar que uma citação está incompleta, havendo partes da mesma que não foram transcritas.
Exemplos:
Uso de letra maiúscula ou minúscula depois das reticências
Deverá ser usada letra maiúscula se a ideia expressa antes das reticências estiver concluída, mesmo tendo sido concluída com um sentido vago, havendo novo início de frase, com transmissão de uma nova ideia.
Exemplos:
Deverá ser usada letra minúscula se a ideia expressa antes das reticências não estiver concluída, sendo retomada na continuação da frase.
Exemplos:
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Trova é um poema autônomo de quatro versos em redondilha maior.
A definição de trova que foi adotada como definitiva, segundo Luiz Otávio, é "composição poética de quatro versos de sete sílabas cada um, rimando pelo menos o segundo com o quarto verso e criação literária mais popular, que fale mais diretamente ao coração do povo. É através da Trova que o povo toma contato com a poesia e sente a sua força. Por isso mesmo, a Trova e o Trovador são imortais."[1]
Fernando Pessoa considera que "A Trova é o vaso de flores que o povo põe à janela de sua alma."[2]
Exemplo de trova de autoria de Luiz Otávio:
Às vezes o mar bravio
dá-nos lição engenhosa:
afunda um grande navio,
deixa boiar uma rosa!
Trova é um poema monotrófico (contém uma estrofe apenas) com quatro versos heptassílabos (redondilha maior), sem título, que se completa em seus quatro versos, como nos exemplos a seguir, de Pedro Ornellas:
O acerto, sim, amedronta,
mas creio que estamos quites:
Para os meus erros sem conta
Deus tem perdão sem limites.
A situação tá tão feia,
minha grana tão escassa,
que o vizinho churrasqueia
e eu passo o pão na fumaça.
A trova também é chamada de "quadra" ou "quadrinha", mas esta sinonímia não é perfeita, uma vez que as regras rígidas da trova não se fazem necessariamente na quadra. Entre os atuais cultores desta forma de poesia, é preferível o termo "trova" como designativo.
Há a necessidade de se diferenciar a trova da quadra que compõe um poema maior, uma vez que a trova se completa em si, sem aceitar mais nenhuma estrofe.
O esquema rímico da trova é de rimas alternadas (ABAB) ou cruzadas (ABBA).
Para os concursos literários, atualmente, as trovas de rima simples ABCB foram preteridas em função das trovas de rima completa ABAB, como segue:
Trova de rima simples (ABCB), de autoria de Luiz Otávio:
Desconfio que a saudade (A)
não gosta de ti, meu bem: (B)
quando tu vens, ela vai...(C)
quando tu vais, ela vem! (B)
Trova de rima completa (ABAB) de autoria de Antonio Augusto de Assis:
Tem muito mais graça a vida (A)
quando a gente tem com quem (B)
repartir bem repartida (A)
a graça que a vida tem. (B)
Referências
A Trova Raízes e Florescimento - UBT - 2013
A Trova Raízes e Florescimento - UBT - 2013
CAMPOS, GEIR. Pequeno dicionário de arte poética. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1960.
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa
Há poemas que têm uma forma fixa, isto é, submetida a regras determinadas quanto à combinação dos versos, das rimas ou das estrofes. Assim o soneto, o rondó, o rondel, a balada, o cantoreal, o vilancete, a vilanela, a sextina, o pantum, o haicai e a quadra popular. Dentre eles, merece um comentário particular o soneto por sua longa vitalidade em várias literaturas, inclusive na portuguesa e na brasileira.
O soneto
Há duas variedades de soneto: o soneto italiano e o soneto inglês.
1. Compõe-se o soneto italiano de quatorze versos, geralmente decassílabos ou alexandrinos, agrupados em duas quadras e dois tercetos.
As rimas das quadras são as mesmas. Um par de rimas serve a ambas, segundo um dos dois esquemas: abba-abba, abab-abab.
2. Nos tercetos podem combinar-se duas ou, mais frequentemente, três rimas.
Quando há apenas duas rimas, dispõem-se elas normalmente de forma alternada: cdc-dcd. Se as rimas são três, distribuem-se em geral nos esquemas:
1º) ccd-eed, empregado preferentemente por Florbela Espanca, a exemplo destes tercetos de Languidez:
Fecho as pálpebras roxas, quase pretas,
Que pousam sobre duas violetas,
Asas leves cansadas de voar...
E a minha boca tem uns beijos mudos...
E as minhas mãos, uns pálidos veludos,
Traçam gestos de sonho pelo ar...
2º) cdc-ede, que se documenta nos tercetos de Lar paterno, de Belmiro Braga:
Serras virentes, que não mais transponho,
Na retina fiel ainda eu vos tenho,
E revejo, através de um brando sonho,
A casa onde nasci, as mansas reses,
A várzea, o laranjal, a horta, o engenho
E a cruz onde rezei por tantas vezes...
3º) cde-cde, que aparece nestes tercetos de Zulmira, de Raimundo Correia:
Não sei porque chorando toda a gente,
Quando Zulmira se casou, estava:
Belo era o noivo... que razões havia?
A mãe e a irmã choravam tristemente;
Só o pai de Zulmira não chorava...
E era o pai, afinal, quem mais sofria!
Estas as principais disposições rímicas do soneto italiano, ou seja, da forma tradicional deste breve e afortunado poema.
3. O soneto inglês, modernamente introduzido nas literaturas de língua portuguesa, também consta de quatorze versos, mas distribuídos em três quadras e um dístico final, que se escrevem sem espacejamento. Obedece a um dos dois esquemas:
a) abab bcbc cdcd ee;
b) abab cdcd efef gg.
Na literatura inglesa, o primeiro tipo é conhecido por soneto spenseriano(spenserian sonnet), por ter sido cultivado inicialmente pelo poeta Edmund Spenser (1552?-1599); o segundo denomina-se soneto shakespeariano (Shakespearean sonnet) ou, simplesmente, soneto inglês (English sonnet) por se haver tornado a forma mais usual do poema desde que dela se serviu o genial dramaturgo nos 154 espécimes do gênero que nos legou.
De Manuel Bandeira é este soneto shakespeariano:
Soneto inglês no 2
Aceitar o castigo imerecido,
Não por fraqueza, mas por altivez.
No tormento mais fundo o teu gemido
Trocar num grito de ódio a quem o fez.
As delícias da carne e pensamento
Com que o instinto da espécie nos engana
Sobpor ao generoso sentimento
De uma afeição mais simplesmente humana.
Não tremer de esperança nem de espanto.
Nada pedir nem desejar, senão
A coragem de ser um novo santo
Sem fé num mundo além do mundo. E então
Morrer sem uma lágrima, que a vida
Não vale a pena e a dor de ser vivida.
Fonte: http://www.aulete.com.br/gram/cap20-05-poemas_de_forma_fixa
Importantes conceitos na encansão de um poema
Encontro vocálico o agrupamento de vogais e semivogais. Há três tipos de encontros vocálicos:
Hiato = É o agrupamento de duas vogais, cada uma em uma sílaba diferente.
Lu-a-na, a-fi-a-do, pi-a-da
Ditongo = É o agrupamento de uma vogal e uma semivogal, em uma mesma sílaba. Quando a vogal estiver antes da semivogal, chamaremos de Ditongo Decrescente, e, quando a vogal estiver depois da semivogal, de Ditongo Crescente. Chamaremos ainda de oral e nasal, conforme ocorrer a saída do ar pelas narinas ou pela boca.
Cai-xa = Ditongo decrescente oral.
Cin-quen-ta = Ditongo crescente nasal, com a ocorrência do Ressoo Nasal.
Tritongo = É o agrupamento de uma vogal e duas semivogais. Também pode ser oral ou nasal.
A-guei = Tritongo oral.
Á-guem = Tritongo nasal, com a ocorrência da semivogal m.
Além desse três, há outros encontros vocálicos importantes:
O agrupamento de uma semivogal entre duas vogais. São os grupos aia, eia, oia, uia,aie, eie, oie, uie, aio, eio, oio, uio, uiu, em qualquer lugar da palavra - começo, meio ou fim. Denominam-se esses encontros de iode. Eis alguns exemplos de iode:
praia, ideia, joia, imbuia, arreio, arroio, balaio, feio, tuiuiú.
Foneticamente, ocorre duplo ditongo ou tritongo + ditongo, conforme o número de semivogais.
Representa-se o som de i com duplo Y: ay-ya, ey-ya, representando o "y-y" um fonema apenas, e não dois como parece. A pronúncia do i é contínua em ambas as sílabas, sem o silêncio que caracteriza a mudança de sílaba.
A palavra vaia, então, tem quatro letras (v - a - i - a) e quatro fonemas (/v/ /a/ /y/ /a/), sendo que o "y" pertence às duas sílabas, não havendo, no entanto, silêncio entre as duas no momento de pronunciar a palavra. Foneticamente, há, então, dois ditongos: ay eya. Já em sequóia, há um tritongo (woy) e um ditongo (ya).
Na separação silábica, o i ficará na sílaba anterior: prai-a, mei-
a, joi-o, mai-o, fei-o, im-bui-a, tui-ui-ú.
O mesmo ocorre com a semivogal W: aua, aue, aui...
Pi-au-í = Representação fonética: Pi-aw-wi. Com o "w" ocorre o mesmo que ocorreu com o "y", ou seja, representa um fonema apenas e pertence a ambas as sílabas, não havendo o silêncio entre elas no momento de pronunciar a palavra. Denominam-se esses encontros de vau.
Ocorrem, também, na Língua Portuguesa, encontros vocálicos que ora são pronunciados como ditongo, ora como hiato. São eles:
Sinérese = São os agrupamentos ae, ao, ea, eo,
ia, ie, io, oa, oe, ua, ue, uo.
Ca-e-ta-no, Cae-ta-no; ge-a-da, gea-da; Na-tá-li-a, Na-tá-lia; du-e-lo, due-lo.
Diérese = São os agrupamentos ai, au, ei, eu, iu, oi, ui.
re-in-te-grar, rein-te-grar; re-u-nir, reu-nir; di-u-tur-no, diu-tur-no.
Obs.: Há palavras que, mesmo contendo esses agrupamentos não sofrem sinérese nem diérese. Há de ter bom senso, no momento de se separarem as sílabas. Nas palavrasrua, tia, magoa, por exemplo, é claro que só há hiato.
Fonte: Blog do Pofessor Dílson Catarino
http://dilsoncatarino.blogspot.com.br/2009/03/iode-vau-dierese-e-sinerese.html